segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Carta ao Pai Natal... um desabafo de uma educadora!

Hoje, em todo o colégio, foi dia das crianças fazerem "a sua encomenda" da prenda que neste Natal gostavam que o Pai Ntal lhes oferecesse... escrevemos a carta ao Pai Natal!


No ano letivo anterior, as crianças da sala dos picassinhos procuraram numa revista de brinquedos, uma prenda e depois pintaram a carta, que tinha enfeites de natal... este ano, como já estamos todos muito mais crescidos, a carta foi toda elaborada por nós... escrevemos o nosso nome(remetente), a data, escrevemos o nome do destinatário da carta, decoramos a carta ao nosso gosto, desenhamos o que pretendiamos pedir ao Pai Natal e ainda, para que não houvesse dúvidas, escrevemos, com as letras todas, o nosso pedido... boa... como já estamos crescidos!


No pedido que cada um partilhou em grupo, as meninas, com o seu instinto mais maternal, pediram bonequinhas, carrinhos de bebé, berços e outras coisas que tal. No entanto, quando foi a vez de cada menino partilhar com o grupo o seu pedido, as coisas mudaram de figura, pois entre "Fábricas de Monstros" e"Grita Monstros", os pedidos foram ficando assustadores! Dada a minha ignorância, no que concerne a estes brinquedos, fui querendo saber mais sobre o que era cada um deles e as descrições entusiastas das crianças eram esclarecedoras "Paula: a fábrica de monstros é uma máquina que faz monstros, fantasmas e ocres"... e, como é que isso se faz, perguntei eu, para ver se conseguia ficar mais esclarecida e fiquei "... é uma gelatina de diversas cores, que se coloca na máquina e depois saiem monstros". Relativamente ao "Grita Monstros", perguntei, mais uma vez o que era, e as descrições foram cada vez mais esclarecedoras "Paula: são uns monstros que quando lhes apertamos o pescoço, o cérebro sai e, às vezes até os olhos...". Um pouco assustada, disse-lhes que, se calhar, era melhor pensarmos num jogo, num livro, numa pista, num carro, num dvd... uma criança disse-me que ia pedir, ao Pai Natal, uma caixa com legos pois o pai dele também, tal como ele, gostava muito de fazer construções! Nenhuma criança abdicou do seu pedido, ao que eu referi que na oficina do Pai Natal certamente que ninguém sabia construír "Fábricas de Monstros " ou "Grita Monstros"... mas o mais dificil, foi representarem graficamente o pedido, pois nem eles nem eu o sabiamos fazer!



Para reflexão

Um abraço
Paula Coelho

3 comentários:

  1. Para reflexão, sim senhora!
    Sou mãe de uma menina, mas de todo o modo assusta-me essa realidade, uma realidade que acaba por ser transversal a todo o seio familiar, uma vez que os meios televisivos invadem-nos a toda a hora com essa programação.
    Os programas infantis atuais são muito pouco (ou nada) pedagógicos, mas pior que isso é nós pais não permitirmos (ou pelo menos tentarmos) que programas desses invandam as nossas televisões e verificarmos, mais tarde, que os nossos pequenotes não conseguem "acompanhar" a realidade infantil dos seus amiguinhos, não conseguindo brincar a isto ou aquilo... É brutal!
    Posso me arrepender do que vou dizer, e até posso vir a pagar esta fatura bem cara, mas EU NÃO AUTORIZO que se vejam programas desses em casa...
    Aceitam-se criticas!!!

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  2. É verdade, os brinquedos dos meninos são um pesadelo para qualquer mãe... resta o consolo de saber que já na nossa infância era assim e por isso deve fazer parte do processo de desenvolvimento dos pequenos homenzinhos.

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  3. Concordo TOTALMENTE! Na minha opinião, a televisão é cada vez mais agressiva para as crianças, bem como para os adultos, e estes "brinquedos" tornam a criança agressiva nas suas brincadeiras, porque assim o promovem... naturalmente que as crianças gostam, cabendo a nós adultos oferecer ou "censurar"... existem 1001 brinquedos pedagógicos e que podem promover aprendizagens para as crianças e momentos lúdicos em família... que tal escolherem a prenda numa livraria, por exemplo... um livro pode ser um amigo para toda a vida, sendo também um "tesouro a preservar".
    É apenas a minha humilde opinião
    Um abraço
    Paula Coelho

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