"Alfabetização
é sinónimo de domínio da leitura e da escrita. Na realidade, esse
domínio é o culminar de um longo processo. Para que uma criança
seja alfabetizada, é preciso que ela passe antes por uma série de
etapas de desenvolvimento, após as quais estará preparada para a
aquisição das competências de leitura e escrita.
Se uma
criança não estiver bem preparada, durante o processo de
alfabetização poderá apresentar dificuldades relacionadas com a
coordenação motora fina e com a orientação espacial. Dificuldades
que se reflectem em factos como não conseguir segurar o lápis/caneta
com firmeza ou como orientar a escrita no papel. Poderá ainda
apresentar problemas na identificação dos fonemas e na sua
associação aos grafemas (letras na escrita).
O período
considerado adequado para a alfabetização bem sucedida situa-se
entre os seis e os sete anos. Trata-se de um processo que poderá
durar até dois anos, dependendo da maturidade da criança, dos
estímulos que recebeu por parte dos adultos e do seu ritmo próprio.
Este é o período considerado adequado para que a criança tenha
completo domínio da leitura e da escrita.
Segundo alguns
pedagogos, não é considerado adequado alfabetizar uma criança aos
sete anos, apenas num ano lectivo. A concentração de aprendizagem
num só ano poderá provocar o que os pedagogos chamam alfabetização
mecânica, ou seja, a criança corre o risco de se transformar num
leitor que não entende o que lê. É através da experiência, da
observação e da exploração do seu ambiente, que a criança
constrói conhecimento, modifica situações, reestrutura esquemas de
pensamento, interpreta e procura soluções para novas situações.
Tal favorece o seu desenvolvimento intelectual, principalmente
durante a Educação Pré-Escolar.
A Educação Pré-Escolar
tem um papel muito importante na preparação da criança para a
alfabetização. É na Educação Pré-Escolar que a criança vai ter
um primeiro contacto com o processo de aprendizagem, que será a base
para todos os anos de escola futuros.
Dois factores
fundamentais determinam a rapidez e a facilidade com que a criança
aprenderá a ler e a escrever: o estímulo da família e da escola; o
desenvolvimento do seu sistema nervoso. No entanto, durante o
processo de aprendizagem podem ser diagnosticadas várias
dificuldades relacionadas com a linguagem oral e escrita: atrasos na
linguagem, problemas de desenvolvimento, deficits
aos níveis cognitivo, perceptivo e emocional, dificuldades de
concentração e hiperactividade, entre outras.
Se a criança
apresentar alguma dificuldade, é importante, com o conselho do(a)
educador(a)/professor(a) encaminhar o caso para um profissional.
Para que a sua criança aprenda a ler e escrever sem
dificuldade e para que, acima de tudo, goste de o fazer e explore os
novos horizontes que essa aprendizagem lhe proporcionará, aqui ficam
alguns pontos importantes:
É
fundamental que a criança tenha uma boa auto-estima, segurança
emocional e auto-confiança.
Valorize
o que a criança diz. Conversar com ela será um bom estímulo para a
linguagem, pensamento e inteligência.
Fale
"correctamente" com a criança. Evite falar de forma
infantil, abdique do "gugu-dadá", pois é importante que,
desde cedo, ela se acostume a ouvir as palavras correctamente
pronunciadas.
A
família deve interessar-se pela vida escolar da criança. Tal
traduz-se em ajudá-la com os trabalhos de casa (o que não é
sinónimo de os fazer por ela), participar das reuniões da escola e
falar com os professores, entre outros.
Incentive
a criança a ler livros e/ou ver filmes (seleccionados) mas sem se
esquecer de definir um horário diário destinado ao estudo.
Incentive
a criança a reconhecer padrões familiares (exemplo: marcas) em
jornais e revistas; diponibilize-lhe papel e lápis para que ela os
reproduza ou recrie.
A
aprendizagem lúdica, concretizada através de jogos, músicas e
"teatrinhos", não só é altamente motivadora como
significativa, devendo ter lugar em casa e na escola.
Se
o(a) professor(a)/educador(a) lhe disser que a criança tem
dificuldade em acompanhar o ritmo das restantes ou que ela não
presta atenção nas aulas, fique atento(a). Este comportamento
poderá indicar uma eventual dificuldade. Analise a situação (as
crianças também têm "fases" e o comportamento poderá
ser a consequência de alguma alteração funcional e/ou emocional no
seu quotidiano) e, se sentir que não domina a situação, procure
orientação".
Este artigo foi elaborado recorrendo à
consulta de conteúdos presentes na página Profala,
com especial destaque do trabalho de Aline Berghetti Simoni,
fonoaudióloga, especialista em Linguagem com ênfase em
Fonoaudiologia Escolar.
concordo com este artigo, é um processo gradual que deve acompanhar os desejos da criança e a sua curiosidade em relação à leitura. penso que no pré-escolar se dá esta passo importante. Pelo menos estamos a experimentá-lo em casa: a Sofia recebeu nos seus anos um jogo para o computador bastante lúdico e que numa primeira fase consiste em encontrar a primeira letra de uma palavra. A Sofia adora jogar a este jogo, por outro lado tenta ler os livros e tenta descobrir as letras das palavras. Um caminho necessário para uma boa aprendizagem futura ;-)
ResponderEliminarOlá Isabel... este tipo de jogos são feitos com muita regularidade no pré escolar... as crianças adoram e vão desenvolvendo competências linguísticas e fonológicas... muitas das crianças já escrevem palavras pelo som o que é fantástico... são descobertas diárias... é a descoberta das letras numa primeira fase e depois a descoberta dos sons das letras na construção de palavras e na descoberta de palavras... o que também se torna engraçado é eles escreverem palavras, que muitas vezes não fazem sentido, e descobrirem, através da leitura das mesmas, o que escreveram... é a iniciação à escrita e à leitura no pré escolar e acredite que este trabalho tem muitos melhores resultados através do lúdico! Quem diz esta área, diz todas as outras que fazem parte do currículo do pré-escolar... pelo menos é assim que trabalho e é neste tipo de metodologia que acredito!
ResponderEliminarBj
A educadora
Paula Coelho